23 quilos… este peso diz-nos muito! É a exata medida de tudo o que queremos e podemos materializar nas viagens entre Portugal e Cabo Verde.
Há algum tempo lemos um artigo sobre “a Mala do Emigrante” que nos fez muito sentido.
A nossa mala também foi mudando de formato e conteúdo ao longo dos anos e sofreu muitas adaptações… mas nunca pode, ou deve, engordar além dos 23 quilos autorizados.
Por isso, arrumar a bagagem para as viagens entre Cabo Verde e Portugal é um desafio que nos tornou especialistas (principalmente na rota Lisboa-Praia) em aproveitar todos os cantinhos livres e fazer um verdadeiro exercício de criatividade.
Nos primeiros anos trazíamos de Lisboa muitos bens essenciais que aqui eram difíceis de encontrar: produtos de higiene; utensílios para a cozinha; toalhas; almofadas…
Felizmente hoje as lojas e supermercados de Cabo Verde têm praticamente tudo o que necessitamos. Por isso, a nossa mala passou a ter espaço e peso disponível para alguns “pequenos mimos” que nos confortam a saudade. Bacalhau- obrigatório (porque aqui é caro e há pouca escolha); enchidos e queijos (como não?); nozes, de produção caseira; castanhas e cerejas quando é tempo delas (ai que saudades!!); alguns chocolates para o Kiko.
No espaço que sobra vem a roupa, o calçado, os livros e gadjets…
A odisseia de fazer a mala, pesar, aproveitar todas as gramas, chega a ser uma trágico-comédia que dura até à hora de arrancar para o aeroporto: “- Fecha! Não cabe mais nada.”, diz ele; “- Cabe sim”, afirma ela determinada em enfiar na mala mais um queijinho da serra e meia dúzia de tops que acabou de comprar (em última hora) no Vasco da Gama.”
E depois vem o check in! Ele tenso (sempre a duvidar das balanças lá de casa); ela com excessiva simpatia a ver se a funcionária deixa passar um quilo ou dois em caso de necessidade.
A odisseia termina no momento de recebermos os cartões de embarque… sem sobressaltos, nem excesso de peso. 23 quilos .. à justa!
Missão cumprida!