Itália é um dos nossos países de eleição onde voltamos sempre que é possível. Numa das vezes decidimos fazer um tour pela costa da Ligúria e conhecer as Cinqueterre. Cinco aldeias coloridas, suspensas em penhascos que desafiam as leis da gravidade.
Viajámos para Milão e lá alugámos um carro que nos levou até La Spezia, a melhor cidade para servir de base a quem quiser explorar as Cinqueterre.
La Spezia é uma cidade costeira com imensa oferta hoteleira e de restauração e de onde partem os comboios e barcos com destino às Cinqueterre.
Dia 1
Decidimos fazer o percurso sempre de comboio por ser mais rápido e cómodo, mas de barco as vistas são mais deslumbrantes, uma vez que o comboio vai quase sempre por dentro da montanha.
Riomaggiore é a primeira das Terre.
Chega-se ao centro da pequena vila atravessando um túnel que sai da estação de comboio. É muito fácil e rápido.
Riomaggiore é pequena, tem cerca de 10 km2 voltados para um porto de pesca acolhedor situado numa baía rochosa.
Vale a pena passear pelo bairro dos pescadores, apreciar as casas coloridas (imagem de marca desta região) e embrenhar-se nas ruelas com pequenos negócios locais.
É de Riomaggiore que parte a Via Dell’Amore, um trilho que a liga à próxima Terre, mas infelizmente estava fechado quando fomos, portanto seguimos de comboio em direção a Manarola.
Manarola, a segunda Terre, é ainda mais colorida do que a anterior! Um lugar pitoresco, com uma bonita zona costeira onde é possível ir a banhos.
Foi por aqui que decidimos almoçar e ficar a contemplar a paisagem, enquanto traçávamos calmamente a rota do dia seguinte, decididos em não nos deixarmos contagiar pelo ritmo acelerado dos turistas que caminham por esta região.
E são muitos!
Dia 2
Hoje o comboio levou-nos até à 3ª Terre, Corniglia. Fica no meio, mas, como não tem porto, os barcos turísticos não param aqui, portanto é a menos visitada.
Talvez por isso, tenha sido das nossas favoritas!
Corniglia fica no alto da colina. Chegando de comboio é preciso subir uma escadaria para chegar à zona central.
Mas, uma vez ali, deparamo-nos com uma praça acolhedora, ruas formosas e coloridas cheias de pequenos cafés, negócios pitorescos, lojas de recuerdos. Tudo muito cosy!
Por ser a Terre mais elevada, oferece vistas lindíssimas sobre o mar e um miradouro obrigatório!
Depois de Corniglia decidimos apanhar o comboio direto para a última Terre, onde queríamos almoçar.
Monterrosso al Mare é a maior, mais populosa e também mais turística vila das Cinqueterre.
Provavelmente por ser a única com uma praia e zona balnear organizadas e delimitadas por um calçadão.
Monterosso tem um bonito centro histórico, com igrejas e edifícios seculares, várias pracetas com esplanadas convidativas e imensa oferta de restauração.
Foi aqui que almoçamos e restabelecemos forças para a aventura que se seguia.
Todas as Terre são ligadas por trilhos de maior ou menor dificuldade.
Nós escolhemos fazer o trilho Sentiero Azzurro que liga Monterosso a Vernazza.
É aproximadamente 1h40 minutos caminhando ao longo da montanha, ora pelo seu interior, ora junto à costa. O trilho é de dificuldade média mas prepare-se para subir e descer muitas vezes e, se tiver vertigens, nalgumas partes, evite olhar para baixo 😊.
Mas vale a pena a caminhada.
Chegar a Vernazza é mágico!
Primeiro pela alegria de atingirmos finalmente o objetivo quando o cansaço já se apodera de nós, depois porque, vista do alto, Vernazza é deslumbrante!
Uma vila colorida encravada entre a montanha e o mar.
Descemos para o centro, onde fica o porto e, desta vez, não resistimos a um mergulho nas águas azuis que esta costa nos oferece. Retemperador!
Vernazza é pouco mais que esta praça central, sarapintada por barcos de pesca coloridos; casario denso de estilo genovês, esplanadas cosmopolitas onde turistas e residentes se misturam.
Ficámos para o por do sol e, mais tarde jantar num restaurante com uma vista panorâmica inesquecível.
Dia 3
Com as Cinqueterre já vistas decidimos explorar a região. Bem perto de La Spezia fica Portovenere, denominado 6ª Terre pelas parecenças com as Cinqueterre. Não parámos ali por muito tempo mas a vila é uma agradável surpresa, com uma praia convidativa e o mesmo colorido das fachadas que tornam toda esta região encantadora.
Seguimos viagem, pela costa, desta ver na direção de Portofino.
Tínhamos imensa curiosidade em conhecer esta pequena vila, famosa por ser ponto de paragem de estrelas de Hollywood, jogadores de futebol e uma micro sociedade altamente exclusiva.
Mas na verdade, Portofino pareceu-nos muito mais acessível do que aparenta ser. A única questão é que a vila (património da Humanidade) tem acesso condicionado a viaturas (algumas pelo que percebemos). Tivemos de estacionar nos parques que ficam a cerca de meia hora do centro e fazer a caminhada, junto à costa, enquanto víamos passar os Rolls Royces; Bentleys; Ferraris… privilégios!
Uma vez chegados, Portofino surge-nos como mais uma vila acolhedora, florida ao estilo Cinqueterre, disposta entre montanha e mar.
A diferença? Os mega iates ancorados no porto, e marcas como Cartier, Dior ou Louis Vuitton a fazer parte da zona comercial.
Há várias esplanadas e restaurantes por ali. Claro que os preços são mais elevados que nas outras vilas da região, mas nada que obrigue a vender um rim 😊
Dicas úteis:
As Cinqueterre têm algumas opções de alojamento mas todas mais caras do que em La Spezia, pelo que recomendamos que fique aqui hospedado.
Compre um Cinqueterre Card que lhe dará acesso às viagens de comboio; autocarro (entre as terre) e entrada nos trilhos.
Se puder, escolha os meses entre Março e Maio para visitar as Cinqueterre. Nós fomos em Agosto, e apesar de termos apanhado dias incríveis, tivemos de enfrentar uma enorme pressão turística o que se tornou no ponto menos positivo da viagem.
Se alugar carro e tiver tempo, pode aproveitar a viagem para ir até à deslumbrante Florença (a cerca de 2 horas), à cosmopolita Milão (2h30), ou à cidade portuária de Génova (1h15).