Uma escapadinha a Marrocos com um destino em mente: a cidade de Marraquexe. Foi isso que fizemos aproveitando a proximidade a Cabo Verde (cerca de duas horas e meia de voo) e um fim de semana prolongado.
Dia 1
Viajámos num voo direto entre Praia e Casablanca, mas não nos demoramos na capital marroquina.
Um dia pareceu-nos suficiente para ver os principais exlibris: a imponente Mesquita Hassan II e o Mercado Central.
Casablanca pareceu-nos uma cidade desordenada, poluída e com pouco encanto. Talvez precise de uma visita mais demorada.
Vamos dar-lhe o benefício da dúvida para uma próxima vez.
Dia 2
De comboio, chegámos a Marraquexe.
Escolhemos ficar alojados no coração da Medina, sabendo de antemão que poderia ser mais confuso, mas, por outro lado, que ali sentiríamos o pulsar desta magnifica cidade.
Não poderíamos ter tomado melhor decisão! O Riad El Youssoufi, além de lindíssimo e com um staff totalmente hospitaleiro, fica a dois passos da Djemaa El Fna a famosa praça onde se deve ir pelo menos uma vez na vida.
E foi para lá que fomos mesmo a tempo de ver um pôr do sol de cortar a respiração!
Neste dia escolhemos jantar ali mesmo nas bancas de rua, cheias de propostas gastronómicas deliciosas. Arriscado? Nada mesmo. Valeu a pena e comemos lindamente!
Dia 3
Na manhã seguinte acordamos determinados em explorar a Medina e o seu emaranhado de ruas e ruelas que compõem os vários mercados (souks), onde o apelo ao negócio é uma constante.
– Portuguese? Cristiano Ronaldo! Please come and visit my store
A frase é um clássico que nos convida a entrar nas lojas, regatear preços com o vendedor e sair de lá carregado de peças de artesanato e bijuteria, produtos feitos com óleo de argan, serviços de chá, etc, etc…
Tentámos sempre resistir (nem sempre foi possível) e seguir caminho, de olho nas motas onde os seus ágeis condutores contornam obstáculos, pessoas, animais, verdadeira dança a duas rodas!
O ritmo da Medina é vertiginoso!
Há os encantadores de serpentes; as tatuadoras de hena, os turistas que se passeiam de charrete, os vendedores que tentam atrair quem passa, as dezenas de roulotes com sumo de laranja…e motas, muitas motas. Ah! Já falámos delas 😊
E é este cenário frenético que nos apaixona. O cheiro das especiarias, dos incensos, das comidas condimentadas, as cores quentes, os edifícios em terracota, a essência deste povo que nunca deixa de sorrir. É tudo incrível e tremendamente fotogénico!
Apetece ficar por aqui, mas há muito mais a descobrir em Marraquexe, fora das muralhas da Medina.
Fora da Medina, ponto obrigatório é o Jardim Majorelle, o espaço onde se respira a herança de Yves Saint Laurent que em 1981 adquiria a casa, depois de se apaixonar por Marraquexe.
Os jardins impressionam pela coleção de catos e palmeiras; mas há também um museu de arte berbere e um memorial ao mítico costureiro francês.
Nota: O Jardim Majorelle está aberto todos os dias. Bilhete, 6,4€ (jardim) e 2,8€ (museu)
Seguimos a pé pelas novas avenidas de Marraquexe, cheias de estilo, de lojas; grandes marcas; gente bonita e sofisticada.
Foi a caminhar que chegámos à Escola islâmica Ben Youssef. A maior madraça de Marrocos que remonta ao século XIV e onde se pode saber mais sobre a arquitetura, a educação e a religião muçulmana.
Para jantar, escolhemos o restaurante da Maison Arab, uma referência para quem quer experimentar sabores marroquinos confecionados com requinte. Nós adorámos!
Dia 4
Reservámos a nossa última manhã em Marraquexe para experimentar os tradicionais banhos turcos num hammam.
Foi a cereja no topo do bolo, destes dias intensos e permitiu-nos carregar baterias para as três horas de comboio e outras tantas de avião que nos esperavam.
Para a despedida, um último olhar sobre a praça Djemaa El Fna, onde turistas e nacionais se encontram e reencontram nesta cidade de contrastes; cores quentes e odores intensos.
Shukran (obrigado) Marraquexe. Até breve!
Como ir: A partir de Cabo Verde com a Air Marrocos (vôos 3 vezes por semana)
Onde ficar: Riad El Youssoufi
Onde Comer: Maison Arab; Les Terrasses de l’Alhambra
Dicas úteis: Não deixe de experimentar a comida de rua e o sumo de laranja na praça Djema El Fna; faça uma massagem detox num hammam; resista aos apelos dos comerciantes e de todos os que lhe quiserem “oferecer” alguma coisa ( a cobrança vem a seguir). Não se entusiasme com os “regateios” nas lojas acabará sempre a trazer mais do que queria e por preços elevados. As lojas convencionais têm os mesmos produtos e muitas vezes mais baratos.