A nossa família foi adotada por dois gatos: O Riskas e a Bela. Sim eles adotaram-nos! Porque, apesar de gostarmos imenso de animais, usávamos a nossa vida atarefada e de viajantes como desculpa para nunca termos tido nenhum.

E assim continuaríamos, não fosse um gato mínimo, com pouco mais de 2 semanas ter-se enfiado junto à roda de trás do carro.

Por sorte não arrancamos em marcha atrás! O gato, ganhou um nome- Riskas- foi “à experiência” para nossa casa e a verdade é que de lá nunca mais saiu. Já vão fazer 4 anos.

gato ao colo
O Riskas chegou às nossas vidas com 2 semanas

A Bela chegou há pouco mais de um ano, já adulta e segura de si. Vivia na casa de uma grande amiga e vizinha, mas decidiu começar a visitar-nos com frequência. Tanta que um dia por cá ficou e por mais que a nossa amiga tente, a Bela escolheu a nossa casa para viver. Devemos ser especiais!

Riskas e Bela não são grandes amigos, mas coabitam!

2 gatos juntos
O Riskas e a Bela

E nós somos mais ricos porque temos dois seres cheios de personalidade em casa, independentes, meigos q.b., ariscas e com aquele jeitinho de gato que não está nem aí para nós, quando na verdade, nos ama profundamente.

Esta pequena introdução sobre os “nossos” gatos serve para mostrar que, com alguma boa vontade, todos temos tempo e espaço para nos deixarmos adotar.

Para famílias com crianças, um animal em casa é uma ótima oportunidade para transmitir responsabilidades; o conceito de cuidador e do respeito pelos seres vivos.

Além de ganharmos todos um amigo para a vida: fiel; incondicional. Que sente e nos sente. Que está sempre lá para nós, em qualquer circunstância, pronto a transformar o amor em lambidelas.

mulher com cão
Adotar um animal é ganhar um melhor amigo para a vida

Aqui em Cabo Verde a situação dos cães e gatos abandonados é gritante e tem sido motivo de uma grande revolta para nós e para todos os que adoram animais.

Na cidade onde vivemos, a Praia, e por decisão da câmara local os cães de rua são capturados, levados para a lixeira municipal e mortos por eletrocussão.

manifestação
Manifestação contra os maus tratos aos animais na Praia

A medida bárbara tem gerado uma indignação enorme na sociedade civil e algumas organizações lutam para que seja abolida e se adotem medidas éticas de gestão da população animal.

Uma dessas organizações é o Movimento Civil Comunidades Responsáveis (MCCR). Um grupo de pessoas incansáveis e de coração gigante, que tudo tem feito para promover a adoção de animais de rua e suas crias; resgatar animais acidentados e tentar mudar mentalidades relativamente aos maus tratos.

Nós fazemos orgulhosamente parte deste grupo e sempre que nos é possível lá vamos ajudar, na nossa pequenez, para que mais um cão ou um gato ganhe uma família, um lar e o carinho que lhe falta nas ruas.

O trabalho é voluntário, mas o que recebemos é muito mais do que aquilo que damos de nós.

criança com cão bebé
O Kiko a cuidar de um cão bebé antes de levá-lo para ser adotado

Afinal a vida é também lutarmos pelas causas em que acreditamos, com sentido de missão.

Ah! E ainda temos a sorte de trabalhar numa empresa “amiga dos animais”, onde 3 cadelas e um cão encontraram um porto seguro e uma família grande que os adora.

Viviam na rua, provavelmente foram abandonados como é tão comum por aqui, mas hoje são os maiores guardiões da empresa e de todos nós.

Cadela branca
A Branquinha, foi a primeira a ser adoptada na empresa
Cadela castanha deitada
A Ginja, é a mais nova, chegou à empresa ainda bebé

O Brownie, a Ginja, a Branquinha e a Pretinha, também são da família e entraram neste nosso coração onde cabem 2 gatos; 4 cães e ainda 9 periquitos!

gaiola com periquitos
Alguns dos nossos periquitos.

Dicas úteis: Se pretende ter um animal, adote em vez de comprar. Vá a um canil municipal e de certeza que encontrará um que o conquiste.

Caso não possa ou não queira ter animais em casa, promova a adoção comunitária. Reúna os vizinhos da rua, ou do prédio e juntos cuidem dos animais do bairro, alimentem-nos; promovam a castração; vacinação e a desparasitação.

Se for emigrante num país fora da UE, e quiser regressar a Portugal com o seu animal, o processo é demorado e precisa de pelo menos 3 meses de preparação. Deve garantir que o seu animal tem a vacinação anti rábica válida e a análise de anticorpos que comprovam que o animal vacinado, de facto, não tem raiva. A análise tem de ser feita no mínimo 30 dias após a vacinação e os resultados podem demorar até dois meses a chegar. No caso de Cabo Verde, o sangue é enviado e analisado em Portugal. Só depois deste processo é que é emitido o Certificado de Vacinação Internacional. O animal tem também e ter mais de 12 semanas (senão precisa de uma autorização especial) e microchip implantado.

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