Chega-se aqui por uma estrada municipal que serpenteia a serra do Sicó. Raramente se vê um carro passar. O cenário é rural. Estamos no campo, profundo, ainda que apenas a uma hora de Lisboa. E eis que a estrada declina num segredo bem guardado: VILLA PEDRA Natural Houses. Hoje um lugar de charme, outrora a pitoresca Aldeia de Cima.
Assim que chegamos, somos recebidos com hospitalidade e um inegável cheiro a aldeia.
Foi em 2009 que o empresário Manuel Casal se apaixonou por este lugar. Primeiramente, comprou uma casa para ser o refúgio de fim de semana, depois, outra e mais outra e mais outra. A aldeia inteira. Até as duas escolas primárias, masculina e feminina.
Ruínas e restos de um passado onde o último habitante morreu há mais de 70 anos.
Entretanto, já são 14 casas de turismo rural, recuperadas em respeito pelas técnicas ancestrais de construção e tirando máximo partido dos recursos naturais. Em especial da pedra calcária, abundante por aqui.
Bom gosto, charme, tradição e conforto. Cada casa tem o nome de uma árvore e uma decoração própria, onde não faltam detalhes escolhidos ao pormenor por Vitor Mineiro, o arquiteto responsável pela recuperação e restauro de todo o espaço.
Mas o que marca mesmo a diferença são os pequenos mimos que nos fazem sentir, verdadeiramente, na aldeia “dos nossos avós”.
O pão rústico, deixado à porta de casa todas as manhãs, os doces e compotas caseiros, o sino da capela a marcar as horas e quebrar o silêncio, precioso.
Em suma, este é o lugar para ficar e parar. Para contemplar a vista sobre a Serra da Lousã, serenar à beira da piscina, ler um bom livro no terraço da “Cozinha”, o restaurante da aldeia, que agora, em tempos de Covid, serve as refeições na casa dos hóspedes.
Aqui funde-se a gastronomia regional com um toque contemporâneo, mas dá-se prioridade aos produtos locais.
Os ovos vêm das galinhas aqui criadas, a maior parte dos legumes são colhidos nas hortas, da aldeia, ou da vizinhança.
O espaço pode ser alugado por inteiro ou casa a casa, nas tipologias T1 e T2. Todas equipadas com ar condicionado, internet, aquecimento central, (porque os invernos são rigorosos), televisão e um pequeno jardim privado.
Luxo, na tranquilidade, ou seja, o “novo luxo” em tempos que obrigam a procurar refúgios e regressar à terra com qualidade de vida.
Um “dolce fare niente”, sem culpas a que nos entregámos num fim de semana de verão.
Nós ficamos por aqui os dois dias, mas para quem quiser “mexer-se”, lembre-se que está no centro de Portugal, uma das regiões que mais se transformou em destino de qualidade nos últimos anos.
Assim, a dois passos não faltam praias fluviais, ruínas romanas, palacetes históricos, restaurantes anti-dieta, e trilhos incríveis de caminhada, para quem quiser gastar as calorias.
Havemos de explorar as redondezas numa próxima visita. Desta vez, a energia da aldeia captou-nos e decidimos por aqui ficar, em modo zen. Talvez em transformação…
Porque não?
Como ir:
Siga pela A1 e saia em Soure. Siga em direção a Condeixa e após 1,5 km, vire à esquerda na direção de Coimbra e logo depois à. à direita direção na de Ansião (N348). Após 8 km vai encontrar a placa Cotas, um km depois fica a VILLA PEDRA.
Compras:
A Villa Pedra tem uma produção própria de azeites, mel e compotas. Além disso, assina uma linha de vinhos, branco, tinto e rosé, alguns deles premiados. Pode também comprar aqui o tradicional queijo do Rabaçal.
Mais informações: http://www.villapedra.com/